domingo, 24 de agosto de 2014

A fé e a falta dela


“E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que lhe tocasse. E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam. Depois tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e ele, olhando firmemente, ficou restabelecido, e já via ao longe e distintamente a todos. E mandou-o Jesus embora para casa, recomendando-lhe: Não entres na aldeia.”.
Este fragmento acima, extraído do Evangelho de Marcos, traz algo inusitado. Uma situação diferente das muitas outras em que Jesus protagonizou algum milagre de cura.
Essa foi uma cura diferente, para a qual foi necessário haver “um toque a mais” do Senhor na vida daquele homem que estava em Betsaida.
A aldeia, terra natal de Pedro, André e Felipe, cujo nome significa em hebraico “Casa de pesca”, foi uma das que entristeceram Jesus. O Senhor chegou a dizer em outra ocasião “ai de ti Betsaida…”, bradando contra aquele povoado.
Sempre ouvir dizer que não há limites para o agir do Senhor, mas o fato é que este texto comprova o contrário. Existem coisas que Jesus não pode fazer! Interessante que, mesmo sendo Deus e, nós como evangélicos que somos, crendo que um dos atributos de Deus é sua onipotência, vemos aqui um Jesus limitado por forças exteriores.
Entendo que o fator externo que limitou a ação poderosa de Jesus naquele homem é clarificado pelo próprio texto de Marcos 8, que também diz: “Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido? Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis?”.
Descobri o que Jesus tinha contra Betsaida: eles eram burros, tapados, desprovidos de inteligência e capacidade de perceber Deus entre eles. Isto também pode ser chamado, de forma mais delicada, de falta de fé (o que, por fim, é a mesma coisa).
A fé, embora muitos digam o contrário, é uma luminância interior, capaz de nos fazer perceber a obra de Deus em nós, perto de nós. Não significa um salto cego, obscuro, é o oposto disso, é uma caminhada embebida em convicções, direções e destinos certeiros.

Fonte: http://colunas.gospelmais.com.br/sobre-fe-e-falta-dela_10071.html

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